Tuesday, January 08, 2008

A rosa hereditaria

A cupula da bomba atomica foi o primeiro lugar que visitei. Eh a unica construcao que se manteve em peh depois da bomba, era um hall vistoso utilizado para exibicoes de arte e eventos culturais na epoca que foi atingida. Sua cupula era de bronze (liga metalica que tem mais de 2 mil graus como ponto de ebulicao) e se desfez momentos depois do lancamento da bomba que dizem ter atingido a uma temperatura de 4mil graus Celsius. O alvo estava a 160 metros dali, numa ponte em formato de "T" a 600 metros de altura, mas que por um erro de calculo, fora atingida a 400 metros adiante da ponte em cima de um hospital(ultima foto).






Hospital onde a bomba fora atingida junto ao guia turistico voluntario Tomiaki Nagahara

Propagador de paz

Tomiaki Nagahara eh um nome que nao vou me esquecer tao facil, eh o nome do senhor que esta comigo na foto. Ele eh uma entre varias outras pessoas que se voluntariam como guias turisticos em Hiroshima para contar um pouco mais sobre o fatidico 06 de agosto de 1945. Penso que em foto alguma tirada em Hiroshima deve conter um sorriso, em respeito e memoria as pessoas que nela sofreram, mas estar com pessoas que de certa forma, presenciaram parte da historia da cidade e perdem seus preciosos tempos sem receber nenhum tostao, contando varias vezes a mesma coisa e guiando inumeros de desconhecidos, me fez sentir feliz. Nao consegui conversar com ele, achei que seria invasivo demais de minha parte perguntar sobre feridas que talvez ainda estivessem abertas. A unica informacao tive eh que seus pais foram vitimas da bomba e com certeza ele nao estava presente na cidade no momento da bomba, senao jah estaria morto. Mostrou fotos de sobreviventes que procuravam seus familiares, contou historia de uma enfermeira que nao estava na cidade e quando retornou depois da bomba, havia reconhecido um corpo junto a parede do predio apenas pela sua sombra (jah que o corpo havia evaporado)...historias e fotos que pareciam de filme.
A aparencia dele eh de uma pessoa triste e cansada dos infortunios que o Enola Gay trouxe em sua vida, mas ainda tem forcas suficientes para propagar a paz para aqueles que passam em Hiroshima.

2 comments:

ma said...

foi um dos meus passeios inesqueciveis. todos deveriam ir!

Clayton said...

Hiroshima é como o Drebes disse: humana.

Vou dar um copy paste aqui num comentario que fiz no blog do Renato, quando comentando da sua visita a Hiroshima no blog.

"Hiroshima tinha duas opções depois da guerra:
- Fazer um museu da paz,
- Fazer um museu do ódio. (obviamente estou falando em sentido figurado)

Seguir pela segunda talvez fosse mais fácil, mais natural. Mas não seria mais altruísta e humanista como a segunda.

O Japão nem é um país cristão, mas “ofereceu a outra face”.".