Hoje fui jantar na casa do meu tio avo Honda de quase 82 anos, ele veio me buscar de carro aqui. Confesso que fiquei com receio quando fiquei sabendo que ele viria me buscar dirigindo, jah havia encontrado ele, mas tenho tanto parente pelo Japao que fica dificil recordar todas as feicoes.
Estamos tentando marcar este jantar desde que cheguei, mas todo final de semana tinha algum compromisso que nao podia negar e pensei que poderia prorrogar esse encontro. Me arrependo um pouco de nao ter feito antes, mas como diz o ditado, antes tarde do que nunca.
Minha tia avo (cunhada dele) vivia me falando que ele queria que eu levasse a Natasha, minha vizinha, amiga e bolsista da Russia, porque ele consegue conversar em russo e ingles tambem e gostaria de praticar um pouco dessas linguas. Achei que fosse brincadeira quando me disse isso, ateh encontra-lo.
Enfim, o percurso ateh a casa dele correu tudo bem e fomos conversando com ele ateh lah. Ele ficou super contente ao poder usar seu limitado e sujo vocabulario russo. Ele passou quase um ano e meio na Russia e perguntei se havia voltado lah depois disso, a resposta foi negativa e tambem que nao gostaria...demorei a entender porque...
Na Segunda Guerra Mundial ele estava na China e fora obrigado a subir num trem com destino a uma cidade russa perto da Siberia e fora tratado como um prisioneiro praticamente escravo, levava muitos xingamentos e por isso aprendeu o sujo vocabulario. Durante o nosso encontro, repetia varias vezes em russo "Trabalhe depressa!", a unica frase que lembra perfeitamente desta lingua.
A Natasha se sentiu muito grata e um pouco constrangida por ter sido convidada para jantar, eh como se seus antepassados tivessem feito muito mal a ele e ainda assim perdoasse deixando que um inimigo entrasse na propria casa. Ela queria muito expressar isso em japones, mas nao conseguiu...falei para escrever uma carta que ele ficaria mais do que feliz.
Uma licao de vida...
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